segunda-feira, novembro 1

"Damn this foolish heart" II.

Turning saints into the sea...

Geralmente coloca-se à vista de braços dados com aquelas velhas lágrimas espessas e mornas sobre as quais eu costumo escrever com certa frequência doentia. Traz ainda - a tiracolo, talvez - um punhado justificável e nocivo de cólera. Talvez... Sentir ciúmes seja algo do qual meu coração tem grande repulsa, e por este motivo tenta me impedir de ir em busca deles. Debalde. Sempre tenho a sensibilidade correta para despertá-los violentamente. E a minha mente que mostrou-se a maior aliada da autodestruição velada e vagarosa, me induz facilmente ao desamparo que os ciúmes causam. Fato é, que há dias em que voluntariamente procuro maneiras de me entristecer também através deles; tais atitudes só resultam em doses cada vez maiores de desconfiança e isolamento, dor e machucados e cortes e cicatrizes mal fechadas no coração. E à mente, tudo isso é prazeroso alimento aos distúrbios para os quais ela serve de morada. Merecido banquete. E quanto ao outro lado da moeda... Bem, receber uma demonstração de ciúmes nunca me foi impertinente. Sinto-me satisfeita com isso. Talvez não faça sentido, e realmente não deve fazer sentido nenhum, tendo em vista que ele é um sentimento perigoso, mestre em gerar perfeitamente mágoas e mal-entendidos. Sofrimento inevitável que a falta de segurança impõe. Concluí que apesar das razões óbvias pra desejá-lo distante, tenho o ciúme como uma coisa boa de sentir. Confesso que é deveras aprazível. 

... Swimming through sick lullabies;

Sofrer por quem se ama, por quem não se pode esperar amor recíproco, ou por quem apenas se admira. Ou ainda, por qualquer um e qualquer coisa que consiga despertar sentimentos de possessividade e exclusividade. Desperdiçar (desperdiçar?) longo tempo remoendo todos os fragmentos causais, motivos perturbadores que me levaram a sentí-los. O aumento gradativo do desejo de ter algo ou alguém unicamente em minhas posses. Estas coisas acabam se tornando um pouco de doença, especialmente quando atinge proporções tão altas que já não se pode controlar ou evitar ou ignorar. Ser indiferente ao ciúme quando se tem tão alta tendência a apreciar o caos que ele provoca. Eis do que jamais pretendo ser capaz. 

And I've been doing just fine.

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