Skeleton, eu estou congelando sem ti. Sinto meus cabelos acinzentando-se e minha face perdendo aquela já tão rarefeita coloração levemente rubra. Eu estou tão triste, agora. Eu estive chorando muito e sem entender realmente o porquê. Em seguida, eu pensei em ti. Acho que foi ao ouvir determinada canção que então veio-me à mente uma grossa torrente de sentimentos e verdades e palavras que gostaria de dizer-te face a face. Tu és tão linda. Eu realmente consigo sentir um grande amor por tudo que és e tudo que faz. Anseio pelos momentos em que finalmente poderemos nos falar novamente. Eu estou tentando ficar bem, porque tu fazes isso constantemente, e queres me ver igualmente bem, e ainda porque eu sinto que devo te dar algo belo, e não somente minhas lamúrias fragmentadas - embora não creia que seja capaz de dar-te algo bonito como mereces. Skel, eu ainda pude ver-te hoje, por alguns poucos, porém preciosos minutos que gostaria enormemente que houvessem se estendido até enjoarmos uma da companhia da outra. Tu enjoarias de mim, tanto quanto eu de ti? Eu peço a Deus que tal coisa jamais seja possível. E eu, por mais que relute em admitir, sinto-me vergonhosamente vazia quando tu partes em função de teus compromissos ou para teu merecido descanso. Skel, eu nunca pude sentir tamanha necessidade de alguém como tenho sentido por ti, e confesso que familiarizar-me com isto tem sido assustador. Tenho medo de me tornar escrava desta dependência. E se tu resolver dar-me as costas e procurar cumplicidade e carinho em outro alguém que não seja eu? Skel, e se eu me tornar inoportuna a ti? Serei eu forte o bastante pra aceitar que busques abrigo em abraços que não sejam os meus? Eu sinto ciúmes de ti, e isso às vezes me faz alimentar o monstrinho da mágoa, e ele então me manipula a deixar-te sem tentar um outro diálogo franco. Oh, Skel. Se soubesses o quanto chorei e afligi-me com o conhecimento de que haviam outros companheiros a rodear-te. Não é algo fácil de controlar - tampouco tenho intenção de fazê-lo. Tenho medo de te perder, de te ver feliz sem que eu esteja inclusa no teu plano de felicidade. Tenho medo de te magoar, mesmo quando tudo que eu preciso é ferir-te um pouco - uma vingança pelos meus sentimentos doentios e martirizantes com relação a ti. Tenho medo de dizer ou fazer algo que a faça sentir menos importante pra mim do que realmente é. Tenho medo de nunca conseguir falar abertamente sobre meus sentimentos. Sempre foi tão difícil, Skel. Sabe? Sentir, mas não confidenciar sempre foi minha maneira de manter-me longe de prejuízos. Eu tenho um punhado cavalar de medo, sim. Especialmente de deixar de ser importante na tua vida, de que por algum motivo tu venhas a largar-me como quem larga um brinquedo velho que perdeu a serventia. Perdoa-me se pensar que sejas capaz disto seja duvidar em demasia, mas eu sempre vou ter um terrível receio de ser alvo da tua rejeição. Mas, meu amor, acontece que eu preciso de ti na mesma medida em que se fazem necessários à minha vida o oxigênio e a água. Skel, sem ti eu não faria questão de continuar sobrevivendo. Sem ti eu não soaria tão piegas e sentimental e desesperada, porque simplesmente não faria sentido amar alguém. Mas eu gosto de soar assim, porque eu a amo. Eu sinto tua falta mesmo quando estamos juntas, falando bobagens e trivialidades, angustiando-nos com momentos ruins que temos passado, ou algum assunto sério de nossas vidas. Mesmo quando não declaro, estou intimamente desejando que não saias nunca de perto de mim, já sabendo de antemão que em breve tu terás que sair. Às vezes eu não consigo sentir meu coração bater. Manter-me longe de ti é como morrer em vida e ser abandonada pela minha alma, que tanto chama com voz entrecortada teu nome nos dias em que esta tua ausência se torna fardo pesado demais pra ser sustentado por estes meus ombros cansados. Eu amo você e não consigo exprimir tudo isto. Peço que sejas sempre minha, Skel. Porque eu sempre manterei todo meu ser à tua disposição. Quando achares que tua vida adquiriu novamente aquele conhecido amargor insuportável, lembra-te que esta mesma vida adocicou a minha incontáveis vezes. Lembra-te que uma das maiores coisas que um ser humano pode fazer em vida, é salvar a vida de outro ser humano. Com amor. Lembra-te de mim, com meus braços ansiosos pelo teu abraço apertado e quente. Lembra-te de que um dia eu estava irreversivelmente sozinha e sem a menor esperança nas minhas pessoas e na tragédia que chamavam de vida. Eu prometo lembrar-me de ti quando me sentir solitária e errada, um pequeno caos ambulante, sem chances de salvação. Lembrarei de ti em todos os pequenos e grandes e felizes e difíceis momentos desta minha gloriosa, oh, gloriosa vida, que precisa da tua pra amenizar o vazio. Tua imagem, tuas palavras, teu carinho. Tudo que és pra mim, resume-se em esperança.
Um comentário:
Pesado, melancólico, lindo. Muito bom mesmo.
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