Lembrem de mim quando ouvirem sobre grandes decepções que deram certo. Uma decepção que funciona é somente isso mesmo: um inusitado erro de visualização. O que sobra são as deformações do corpo e do caráter, como quando eu me saboto e firo mais um pouco, ou quando minto e engano com alguma lábia razoável. Eu não choro nunca mais. Algumas pessoas caem aos prantos no chão, porque estão com uma dor apertada como a dor do ciúme; outras também perdem lágrimas consideráveis quando se sentem deprimidas e algum episódio isolado - ou um conjunto deles - as faz perder o controle sobre a apatia usual. Eu não lamento mais sobre quando sou esquecida ou levada na brincadeira. Tampouco murmuro em voz alta sobre quando fracasso e tenho meu amor ferido em sua essência. Eu desabafo, apenas. Desabafar e lamentar não são a mesma coisa, vejam suas definições em qualquer dicionário velho, se não acreditam. Eu estava a ponto de escrever um monólogo intimidador e revelador sobre essa dura realidade que é se sentir um nanopontinho em algum lugar com área espantosamente grande. Oh, eu ia fazer isso. Mas então comecei a divagar pra valer enquanto buscava uma maneira menos dramática de lhes expor as tais palavras. Mas o veredicto é incontestável: eu sujo as palavras e as coloco em posição de víboras com pobres tendências poéticas.
Sim.
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