Demônios e ruínas encontraram um lugar para habitar novamente. Ah, coração. Você nunca teve uma utilidade mesmo, não acha? O tempo passou, carcomendo as pontas de dor que caíam desleixadas por toda eu. Como uma poda caprichada, o tempo aparou-me cada pedacinho de angústia negra.
Creio que magoaram-me e magoei. Creio que cresci e amadureci tardiamente. Oh, Deus, o sabor das lágrimas pela madrugada é como tomar - a largos goles - da própria solidão. A existência é dura mesmo quando todos sonham adormecidos. São belos os seus desejos.
Existência. Sobre isso, pouco ou nada posso falar com sabedoria. Eu existi. Eu existo, e possivelmente continuarei existindo. Não é nada de mais, quando você pode neutralizar suas vontades. Ah, mas como é duro só ter direito a escassas semanas de trégua. Eu como, eu canto, eu respiro. Eu amo! E ao auge da esperança queimando em mim, alguma maldita coisa se rompe como uma corda roída que ninguém notou a tempo de consertar.
O abismo nunca tem um fim.
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