quinta-feira, julho 21

Maldita solidez.

Se eu pudesse, pediria que desistisse de confiar em mim os seus planos de prosperidade. Eu não vou corresponder a nenhum deles porque não sei dar às pessoas o que esperam de mim. Talvez não o fizesse mesmo que pudesse. 
Se me perguntasse o quanto estou envolvida em seus projetos de sucesso, eu diria que eles não me interessam porque eu não sou inteligente e esperta o bastante para acompanhar o ritmo dos seus sonhos. Mas eu não os seguiria mesmo que eu fosse. 
Se me fosse dada a chance, eu diria que não há nada de bom nessas lições vespertinas sobre coisas que estão abismos abaixo do meu interesse, então eu pediria desculpas por lhe roubar a última de suas esperanças.
Se eu conseguisse falar, eu falaria exatamente como pretendo fazer as coisas, e eu a deixaria sofrendo por um tempo, sim, você sempre sofre com tudo. Mas depois nós viveríamos daquilo que eu tenho por dentro, e você veria que não sou um desastre completo e que há pelo menos algo de minimamente rentável no que eu faço.
Mas eu não sei se posso. Não gosto de pedir, não gosto de confidenciar. Não quero ser outro estorvo pousado em seus ombros. Mas se eu pudesse falar...

Acredite em mim. Não me diga "preguiçosa". Eu não estou feliz e não vou ser feliz se todos os dias houver algo pra me mostrar o nível de inaptidão que atingi. Deixe-me ficar. Deixe-me ficar por aqui. Eu me odeio.

Se eu tivesse coragem, faria você saber que não quero ser forçada a saber coisas que não tenho vontade de aprender. Eu estou morrendo um pouco todos os dias, mas você não vê. 

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