Chorar alivia, mas não muda as coisas. Quem muda as coisas é quem chora, e eu não sei o que quero mudar. Eu apenas sou quem chora, tendo sempre que secar minhas lágrimas, sem poder deixá-las livres, escorrendo a angústia nauseante pra fora de mim. Mas eu não posso mais escrever sobre isso: eu quero mesmo é uma chance de berrar. E a culpa é minha se minha raiva virou um amontoado tão convincente de calmaria, que engulo minhas próprias fúrias sem perceber, e me machuco por dentro, e me acostumo a viver sem curativos. Sou a personificação da mediocridade - e isso, eu deixo que todos vejam nas minhas notas de lamúria. Gostaria de não ter que explicar quando desisto e fracasso, ou confessar o quanto a dor de existir já me consumiu e todas as tardes são terríveis de suportar. Por quantas tardes ainda tenho que passar? E aqui, nessa parte da minha vida, ainda não conheci nada que eu queira com paixão, ninguém com quem eu possa compartilhar, lugar nenhum que me fizesse querer ficar.
Espero que nada passe de 2012. Minhas fichas restantes estão à aposta.
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