sexta-feira, março 5

Holla.

Eu estava mantendo uma linha de destruição comigo. Eram as palavras que me salvavam da loucura mediana ali. Eu incendiava o aterrorizante dentro de mim. Não houve um único momento nessa semana, em que eu não quisesse uma overdose violenta de morfina. Eu queria antecipar o término das coisas pelas quais eu vou passar um dia, enquanto quinhentas palavras eram formadas na minha mente, sem que eu tivesse o mínimo de habilidade para cuspi-las numa folha de papel. Eu estava nutrindo uma linda destruição comigo. Vou torcer pra que esse meu humor adocicado demais amenize, antes que eu leve uma surra dos que me cercam. Se lhes serve de alento, eu também não estou me suportando, queridos. Eu mesma vou me dar uns bons e merecidos tapas. Preciso agora de algo líquido que queime minha garganta. Preciso deitar e pensar sobre o que tenho feito nesses dias de pura agonia. Minha amiga Piaf pode me embalar numa canção intensa, como só ela é capaz. Ela sim saberia a morbidez de se estar, simultaneamente, procurando o amor e o isolamento. Oh Piaf. Oh Céus.
Eu voltei.

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