Então eu estou te mostrando o porquê do isolamento. Sua companhia não faz bem a ninguém. Não cura, não ameniza, não conforta. O preço pela sua desobediência está devidamente pago, não está? Ouça minha risada e ouça a ironia que ela exprime. Minha pequena criança, comove-me saber que você realmente acreditou que algum deles, algum dia, precisou de você. Francamente, julgava-a com maior inteligência e sagacidade do que tem demonstrado. Preciso mesmo lembrar-lhe do que leu, ouviu e sentiu? Sobre amor, você nunca entendeu, e nunca o fará. Sobre amizades, você perde tempo tentando decifrá-las. Agora, meu bem, deixemos de insubordinação, sim? Enxugue esse olhos desbotados - eles ainda terão inúmeros novos motivos pra desmancharem-se. Volte pro anonimato de sua cama, seus manuscritos inúteis a esperam com a ternura que você nunca mereceu. Volte pra mim, que lhe ofereci um deus de mármore e uma mentalidade destrutiva. Então não sou eu quem lhe presenteia com uma solução difícil, sacrificante, porém regada à lealdade? Eu mesma. Portanto, volte. Pra mim, que sou a voz onipotente em sua mente deturpada. Pra eterna punição metálica que lhe contorna a pele com a rudeza merecida. Volte pro nada miserável e sanguinolento em que te coloquei. É onde você pertence. Você é minha, e tão-somente minha. Ah... Meu anjinho rebelde.
Uma reconciliação vergonhosa pra mim. Mas achei-me num estado tão deplorável de exaustão e regressão, que cada passo à frente era equivalente a dois passos pra trás.
Chega.
3 comentários:
Deus! Jessy, ninca tinha acontecido de um texto converar comigo, não com tanta riqueza de detalhes. Isso chega à ser... estranho. Em suma, você esta cada vez mais escrevendo melhor, soube de um concurso de contos que o sesc esta organizando? acho uma boa você participar. Beijos
Nossa, se encaixou perfeitamente com algo que eu já senti, e queria dizer exatamente assim como você disse. De onde você é Jessy?
Outra coisa. Somos virginianas. Isso já tá me assustando! rs
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