quarta-feira, julho 20

Sim. Eu o fiz.

Porque nunca seríamos aquilo que fomos em nossa gênese outra vez. Algo muito precioso e vital estava perdido, e certamente não o teríamos de volta se não abandonássemos uma boa parcela de orgulho. E fazer isso exigia mais do que estávamos dispostas a ceder.

Mutuamente nos repelimos e anulamos uma à outra, paulatinamente, sem pressa e com algum exagero emocional. Fomos educadas enquanto tête-à-tête, mas acredito que somente camuflávamos agressividade e ódio com aquelas palavras moderadas e aqueles "fazer de pazes" pouco convincentes.

Eu me pergunto secretamente (agora mais do que nunca) se fiz mal em ter estado meses distante, procurando por você apenas esporadicamente.

E foi por você aparecer tão irreconhecível que eu não consegui mais encontrar sua grandeza e sua beleza, nem mesmo uma nanomigalha daquilo que eu gostava em você e admirava em seus modos. Você simplesmente se tornou um nada que já não se encaixava em mim. Um nada meio bobo, previsível, suspeito. Eu não queria tê-la deixado apesar de não mais lhe considerar um modelo e uma fonte de inspiração para mim. Eu queria continuar andando com você e entender o que havia de novo na sua vida e no seu coração, eu queria me adaptar a você novamente e lhe fazer sorrir, queria ignorar minha falta de interesse e manter tudo que construímos, porque eu a amava ainda do mesmo modo - ou talvez de um modo menos pedestáltico. Mas um modo que não esperaria nada muito substancial em troca, apenas a certeza da sua presença e lealdade. E veja que eu nunca recebi nada de você, nada do que me prometeu. Mas isso não foi um fator importante na minha decisão de ruptura.

Afinal a decisão foi mesmo minha.

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