Escrever nunca foi tão doloroso.
Já correram nove dias de um ano que nunca deveria ter começado, e a diferença está visível apenas na minha casca, que amoleceu com o tempo. Era um pouco cedo demais em 2009 quando eu desenvolvi uma certeza muito grande de que sobrevivência não estava na minha índole. E eu consegui, e eu não posso entender.
Respiro um ar que não me preenche. Deposito minha confiança em capacidades que não tenho. Eu, que de tão imatura me fiz invisível, não tenho mais o álibi da adolescência frustrada. Quando cresci, deve ter doído, mas eu não senti. E agora eu não lembro de como foi que cheguei até aqui. Minhas próprias pernas se recusam a apertar o passo, e meu corpo cansa por nada, mas eu recuo por tudo.
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