quarta-feira, janeiro 9

Um post sobre o nada pós-tudo.

Hoje morreu mais um pouco do que eu tinha de admirável, e eu vou arriscar dizer que o que perdi era tudo e somente o que de mais belo eu já cheguei a ter. Nessa minha busca pela paz, eu já entendi que dificilmente a terei de outro modo, que não sozinha. E eu me enraiveço mesmo é pela falta que sinto do que decido poupar de mim. Dessas pessoas ou lugares que eu um dia já vivi sem, que um dia eu já considerei desimportantes, até conhecê-las. Tenho o sabor do descaso. Mas também tenho medo - medo ímpar, medo abismal. Não vou ter uma nova chance de acertar. Gastei-a decidindo com a parte da racionalidade que fiz enferma e dúbia. E eu nunca vou saber, porque e daí então? Que eu faço se tiver deixado tudo errado? Não tem borrachinha macia pra usar na vida. Não tem adivinhação, nem guru, nem telefonema que dê jeito na lambança que é desperdiçar tempo e amor. Quanto mais eu penso no que tem lá fora, mais eu me encolho. E paradoxalmente, entrementes estou repudiando minha covardia. Sou um verme que rói.



Não me divirto vendo o tempo avançar, enterrando minhas qualidades, sacrificando o meu frescor. Me desculpem.
Não parto, mas poupo-os de mim.

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