quarta-feira, setembro 17

boundaries.

eu tento analisar meus pontos fortes e cruciais como se eu pudesse fazer algo com eles, mas ainda não estou certa que eles existam. e eu tento, meticulosamente organizando meus fichamentos e apostilas, minhas prateleiras e livros, roupas e papeis de embrulho, minimizar a confusão mental que não se apaga com a sequência de cigarros queimados. meus olhos ardem pela fumaça, que se confunde com as lágrimas, porque eu nunca estive no controle. eu também nunca fui suficiente naquele grau que eu precisei tanto pra me provar que eu podia ser alguma coisa. qualquer coisa.


eu derrubei alguma coisa e no instante seguinte eu só sabia que eu era um completo lixo. é como estar comendo macarrão e começar a chorar, e é só macarrão, mas o choro é devastador. quanto tempo eu tô aqui tentando lidar com a ideia de ter tentado a duras penas me consertar, como um objeto quebrado; mas sendo menos que um objeto, pois não existe serventia em mim. e eu continuo sem reparo nenhum. eu, descartável, teimei que queria durar. 


mas vi as fotos e fiquei tentando sentir o que eu sentiria se estivesse lá. eu projetei diálogos e sensações. mas eu derrubei algo, e fui voltar a mim, e a tudo que eu sou, enquanto na verdade não existe algo maior para além de um nada imaturo, fugindo às avessas da própria nulidade. 


vai, qualquer coisa mesmo. eu só queria ser. 

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