quarta-feira, setembro 17

então, né. fui fazer aniversário. só não fiz foi alarde. coisa mais besta. minha mãe teria dito algo sobre eu precisar do mesmo deus que ela e reafirmar que me ama; teria, mas não fez nada disso, e não foi proposital, imagina, tanta coisa pra se pensar, aos cinquenta e dois anos tu também poderia te dar uma folga de ter que repetir o mesmo discursinho batido de todos os anos. não, a gente pode viver sem isso. a gente pode viver até sem presente do amor, a gente só não pode viver sem amor. mas espera, é o que eu já ia começar a dizer. começando que aos quatorze anos eu só queria morrer, mas antes eu também queria sentir um pouco desse barato de laboratório vulgarmente conhecido como amor. e pode-se perfeitamente esperar que não consegui. aos vinte e um, eu ainda quero morrer, e ainda não consigo sentir nem uma fagulhinha do dito cujo. mas em ambos os casos eu me aproximei dessa vibe, e foi nojento, foi nojento e dolorido. porque a primeira verdade universal é que there's no such thing as love. e a segunda é que a dependência psíquica tem uma incrível moral comigo. mas pras minhas ininteligíveis divagações eu faço um resumo didático: o que eu sou, dos quatorze até o presente infeliz momento, é trouxa. 

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