Tristeza ébano e gasosa. Sou triste como a orfandade é triste. Estou triste pra burro, mas não estou chorando. Posso notar fisicamente o quanto meu coração está miudinho, murcho. Mas agora eu tenho alguma espécie bendita de parede circundando-o e impedindo que ele se comunique comigo, obrigando-me a dar-lhe alguma atenção e a sofrer visivelmente. Sofrimento quando é interno e não pode ser externado é quase um sofrimento inexistente. Um dia ele sai, mas um dia é somente um dia.
Algumas pessoas que convivem comigo diariamente comentam uma falta de calor aparente em mim. Um professor disse que sou fria como um iceberg. Okay, eu não tenho intenção de aparentar o contrário. Bolas, um rosto "fechado" repele bastante gente, no que isso pode ser ruim?
Eu... não tive escolha. Mal sabem eles das diferentes maneiras que apanhei até compreender que estava fazendo tudo errado. Que todas as pessoas que se dispõem a dizer um "eu te amo" (seja ele desleixado ou eloquente) estão somente preparando terreno para dar o bote e arrancar um pedaço da minha rarefeita esperança. Foi assim a minha vida inteira. Eu não tenho motivos para acreditar que será diferente até o dia que eu morrer. Eu só tenho motivos para não deixar ninguém se aproximar demais. Ninguém pode ver o quanto sou tristonha pra valer. Comodidade sofrível. Qualquer dia desses...
Um comentário:
O pior é que a maioria das vezes, parece ser melhor assim.
Postar um comentário